segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Eureka traz tecnologias que ajudam deficientes

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC

De bengalas que avisam deficientes visuais dos perigos nas calçadas a cadeiras de roda controladas pelo pensamento, inúmeras novidades que poderão chegar aos consumidores no futuro foram apresentadas neste fim de semana na Eureka, exposição dos trabalhos de conclusão de curso da unidade de São Caetano do Instituto Mauá de Tecnologia.

Número recorde de 8.000 pessoas compareceu ao local nos três dias de exposição para ver os 134 trabalhos apresentados pelos alunos. A área de auxílio a deficientes foi a que mais ganhou destaque, com projetos que muito em breve podem garantir a inclusão das pessoas com necessidades especiais.

"É uma linha que ensinamos desde o início do curso. Os trabalhos realizados aqui têm como preocupação fazer algo pelo bem da sociedade", disse o reitor José Carlos de Souza Júnior.

Essa é a proposta da luva para surdos-mudos que converte sinais em fala. Por meio dos movimentos das mãos, o sistema forma frases, que são proferidas por computador acoplado.

Usar a tecnologia para realizar sonhos foi algo que Guilherme Alonso Casagrande, 23 anos, sentiu na pele. Ele e seus amigos começaram a planejar em março uma cadeira de rodas movida pelo pensamento. A chance de experimentá-la levou dezenas de visitantes a formar fila na frente de seu stand. Mas uma em particular o emocionou. "Ela era deficiente e ficou empolgada com a cadeira. Vimos que nosso trabalho pode mexer com as pessoas", disse. Uma universidade dos Estados Unidos já demonstrou interesse no projeto.

"A nossa satisfação é ver que eles conseguem sair da teoria e ir para a prática", disse o reitor do Instituto Mauá. "Por isso não damos premiação. Não é algo justo. Todo trabalho tem sua importância. E por isso todos ficam misturados, sem hierarquias."

Pão de cerveja, análise do perfil do consumidor instantânea por imagens e até um refrigerador imediato de bebidas são projetos que, segundo o reitor, chamam a atenção do mercado.

O aluno Williams Santos Júnior, 23, apresentou junto com amigos um projeto de hélice de apenas uma pá para aviões vant (veículos aéreos não tripulados). O grupo conseguiu rendimento 5% superior ao modelo tradicional. "A gente começou a estudar a estrutura das hélices e vimos que assim é possível adquirir autonomia de voo", apontou.

sábado, 20 de outubro de 2012

Amigos criam tirinha para falar sobre deficiência física e ser humano


Muito lindo, me emocionei, parabéns moçada belo trabalho, estamos sempre precisando de novas iniciativas. Poste para divulgação.

"Super Normais" foi criada por três deficientes 

físicos que vivem em Curitiba.



Para eles, tirinha fala mais sobre temas do homem do que de acessibilidade.

Bibiana Dionísio do G1 PR



Da esquerda para a direita estão Mirella

Prosdócimo, Manoel Negraes, Rafael Camargo e
Rafael Bonfin (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)



Um grupo de amigos de Curitiba decidiu retratar a deficiência física de uma maneira diferente e, principalmente, fora de padrões, preconceitos e estereótipos que eles percebem serem corriqueiros na sociedade. A consultora para inclusão, Mirella Prosdócimo, de 38 anos, o sociólogo Manoel Negraes, 33, e o jornalista Rafael Bonfin, 30, são deficientes físico e decidiram criar a tirinha “Super Normais” para mostrar que são pessoas comuns.

“Pessoas com deficiências normalmente são retratadas como super-heróis, pessoas que superaram milhares de desafio, então, são além do normal, ou como coitadinhos, dignos de pena. Então, a gente queria fazer este paralelo (...). Somos pessoas supernormais com histórias, como qualquer outra pessoa. Lógico que a gente acaba passando por algumas dificuldades, de vez em quando, mas são questões mais físicas, mais práticas do dia a dia como subir uma escada ou não conseguir usar um banheiro”, disse Mirella, que sofreu um acidente de carro aos 17 anos e ficou tetraplégica.

Composta por três quadros, a tirinha surge por meio de personagens reais, retrata as diferentes experiências vividas pelos três e nem sempre tem a deficiência como temática principal já que surge de conversas descomprometidas sobre o homem.
Quadrinhos falam sobre deficiências físicas (Foto: Divulgação/ Super Normais)


A difícil tarefa de traduzir as reflexões de Mirella, Manoel e Rafael e também de dar o tom humorístico às ideias do grupo cabe ao desenhista Rafael Camargo, que não conhecia nenhum deles quando foi convidado para participar dos “Super Normais”.

Ele contou que ficou surpreso ao entender a proposta e perceber que a deficiência física era um fator menor. Para ele, este projeto trabalha essencialmente com a dificuldade do ser humano lidar com as dificuldades. “O que foi um soco no estômago, na verdade, foi que o que eles estavam mostrando para mim não tinha nada a ver com deficiência. Tinha a ver com respeito, com civilidade, resiliência. Eu falei: nossa isso é muito bom. É muito verdadeiro”, lembrou o desenhista. “Até no dia eu chorei, foi muito massa”.

No primeiro encontro se estabeleceu um entendimento imediato e quem foi convidado, incialmente, apenas para desenhar, deu nome a tirinha e passou a acumular a função de redator. A partir das conversar dos amigos, Camargo capta aquilo que pode render uma história contada em três etapas.

Para Rafael Bonfin, que teve complicações no parto e não consegue andar, Camargo tem uma sensibilidade e uma habilidade interessante para passar as reflexões para a tirinha. “Ele conseguiu perceber que na verdade o que a gente faz com os Super Normais é colocar uma lupa de aumento em relação aos desafios que qualquer ser humano tem. Falar sobre questões do nosso universo tem a ver com olhar com cuidado para os problemas inerentes ao ser humano”, explicou Bonfin.

É unânime entre Mirella, Manoel e Rafael que a sociedade dá mais importância à deficiência física do que o próprio deficiente. Contudo, este destaque é distorcido. “Elas [as pessoas] dão importância, mas elas pegam pelo lado de preconceito, de estereótipo e não da forma que deveriam dar para que se pudesse avançar em relação à cidadania e ao respeito de direitos. Então, ao mesmo tempo em que a gente vê que elas dão muita importância, elas ainda param na vaga exclusiva, elas não se preocupam em fazer a acessibilidade. Então, qual é este olhar que a sociedade tem maior do que a gente”, questionou Manoel, que tem 15% da visão.

O projeto
Uma vez por semana, os amigos se reúnem no Café New York, em Curitiba, para discutir o andamento dos “Super Normais” e também para conversar sobre assuntos diversos. A escolha do lugar não foi aleatória. O espaço prima pela acessibilidade, com rampas de acesso, banheiros adaptados, mesas e bancadas mais baixas e equipe capacitada para atender clientes que são deficientes.

É entre assuntos de trabalho e do dia a dia, um café e um sanduiche que surgem as tirinhas. Atualmente, o produto – que tem um pouco mais de um mês de vida - é divulgado na internet. A equipe aposta nas redes sociais para que os personagens e a linguagem da proposta se tornem conhecidos.

Para 2013, o objetivo é divulgar a tira em um veículo do grande circulação e lançar publicações impressas. Mirella, Manoel, Rafael e Camargo também trabalham a ideia de criar um material para criança, com uma veia educacional.




Eles se encontram no Café New York, em Curitiba (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)Na avaliação de Camargo o humor de qualidade só pode ser expresso na tirinha dos “Super Normais” porque Mirella, Manoel e Rafael têm maturidade para lidar com as limitações. “No primeiro encontro eu dava muita risada e isso é legal porque é um lance de humildade. Você tira sarro com algo que é supernormal”, disse Camargo.

No caso de Manoel, a deficiência começou a se manifestar na adolescência e ele contou que demorou sete anos para assumir que precisava usar a bengala. Para ele esta fase de aceitação e totalmente compreensiva. O complicador, de acordo com ele, existe quando o deficiente age de uma forma que legitima o preconceito visível na sociedade. “Essas imagens de super-herói e de vítima não existem à toa. Não é uma coisa que foi colocada só de um lado. As pessoas com deficiência reforçam isso no dia a dia”, acredita Manoel.

Ele afirmou que, em muitas situações, é mais cômodo a pessoa se colocar como vítima. “A tendência é a gente se acomodar. As pessoas costumam fazer tudo para a gente e, se a gente deixar, a gente não faz nada, mesmo”. Manoel exemplificou ao dizer que se ele entra em um lugar e diz que está com sede, logo já tem um copo de água na frente dele. “Então é muito fácil a gente se acomodar e legitimar esta ideia de que a gente não pode fazer nada sozinho”, acrescentou.

Super Normais fizeram uma tira exclusiva para o G1 (Foto: Divulgação/ Super Normais)

Mirella contou que viveu muito tempo esperando uma solução para a deficiência dela, esperando os movimentos voltarem. “Demorei muito tempo para me adaptar porque eu perdi todos os movimentos do pescoço para baixo. Não é uma situação que você se adapta do dia para a noite ou em um mês, dois meses”, confessou. Agora, depois que ocorre a aceitação, segundo Mirella, se torna mais tranquilo viver a ponto de esquecer que tem a deficiência.

“Uma das grandes barreiras que a pessoa com deficiência enfrenta para caminhar para a aceitação e lidar com esta condição é tentar enxergar a condição que ela tem como uma possibilidade, um potencial de transformação do universo ao redor dela. Isso é muito importante e muito difícil para uma pessoa com deficiência perceber que ela tem essa chance. Ela não enxerga esta possibilidade e ela não consegue perceber a responsabilidade que ela pode adotar para ela mesma”, complementou Rafael, que diz que não passou pelo processo de aceitação por ter nascido com a limitação para se locomover.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Você aprende, Você aprende depois de algum tempo.

Texto que reflete um pouco o aprendizado do senso comum, a aprender com a vida como diria meus Pais. Linda reflexão, principalmente nestes dias de Luto.

"Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.


Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida."

William Shakespeare