Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
De bengalas que avisam deficientes visuais dos perigos nas calçadas a cadeiras de roda controladas pelo pensamento, inúmeras novidades que poderão chegar aos consumidores no futuro foram apresentadas neste fim de semana na Eureka, exposição dos trabalhos de conclusão de curso da unidade de São Caetano do Instituto Mauá de Tecnologia.
Número recorde de 8.000 pessoas compareceu ao local nos três dias de exposição para ver os 134 trabalhos apresentados pelos alunos. A área de auxílio a deficientes foi a que mais ganhou destaque, com projetos que muito em breve podem garantir a inclusão das pessoas com necessidades especiais.
"É uma linha que ensinamos desde o início do curso. Os trabalhos realizados aqui têm como preocupação fazer algo pelo bem da sociedade", disse o reitor José Carlos de Souza Júnior.
Essa é a proposta da luva para surdos-mudos que converte sinais em fala. Por meio dos movimentos das mãos, o sistema forma frases, que são proferidas por computador acoplado.
Usar a tecnologia para realizar sonhos foi algo que Guilherme Alonso Casagrande, 23 anos, sentiu na pele. Ele e seus amigos começaram a planejar em março uma cadeira de rodas movida pelo pensamento. A chance de experimentá-la levou dezenas de visitantes a formar fila na frente de seu stand. Mas uma em particular o emocionou. "Ela era deficiente e ficou empolgada com a cadeira. Vimos que nosso trabalho pode mexer com as pessoas", disse. Uma universidade dos Estados Unidos já demonstrou interesse no projeto.
"A nossa satisfação é ver que eles conseguem sair da teoria e ir para a prática", disse o reitor do Instituto Mauá. "Por isso não damos premiação. Não é algo justo. Todo trabalho tem sua importância. E por isso todos ficam misturados, sem hierarquias."
Pão de cerveja, análise do perfil do consumidor instantânea por imagens e até um refrigerador imediato de bebidas são projetos que, segundo o reitor, chamam a atenção do mercado.
O aluno Williams Santos Júnior, 23, apresentou junto com amigos um projeto de hélice de apenas uma pá para aviões vant (veículos aéreos não tripulados). O grupo conseguiu rendimento 5% superior ao modelo tradicional. "A gente começou a estudar a estrutura das hélices e vimos que assim é possível adquirir autonomia de voo", apontou.
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