quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ratos voltam a andar após lesão na medula espinhal


Conexões rompidas foram refeitas com injeções, estimulação elétrica e prótese robótica. Ainda não se sabe se técnica funcionará em humanos

Alessandro Greco, especial para o iG | 31/05/2012 15:05:41 - Atualizada às 31/05/2012 17:01:41



O estudo mostrou que apenas colocar os animais na esteira não adiantava: eles precisavam se esforçar e querer andar. Foto: Divulgação EPFL

Um grupo de ratos em um laboratório em Lausanne, Suíça, reaprendeu a andar após ter a medula espinhal lesionada de forma semelhante à que acontece com humanos que ficam paraplégicos.
A técnica de reabilitação combina injeções, estimulação elétrica e uma veste controlada por um equipamento robótico. “Acreditávamos que os ratos recuperassem uma parte dos movimentos em resposta ao nosso sistema de neuroreabilitação robótico. Ficamos, porém, surpresos, com a extensão da recuperação. Os ratos paralisados foram capazes de ultrapassar obstáculos e subir escadas”, afirmou ao iG Janine Heutschi, uma das autoras da pesquisa, da Escola Politécnica Federal de Lausanne.

Para chegar a este resultado os pesquisadores primeiro injetaram químicos para estimular os neurônios da região em que a medula estava cortada e, em seguida, estimularam eletricamente a região. Esta dupla ação reativou os neurônios do local e refez as conexões entre as duas partes da medula. O passo seguinte foi fazer os ratos caminharem novamente com uma veste suspensa por um braço robótico no qual apenas as patas de trás ficavam no chão. “Fizemos os ratos andarem apenas com as patas de trás para evitar a situação em que as da frente (que não foram afetadas pela lesão) conduzissem os membros paralisados. Ao colocar os ratos em pé sabemos que o movimento deles é gerado apenas devido ao envio de sinais do cérebro à parte lesionada. Portanto, de forma geral, os ratos precisam de estímulos e do controle de equilíbrio dado pela interface robótica para conseguir andar de novo”, explicou Janine.

O grupo da Politécnica de Lausanne dividiu as cobaias em dois grupos: alguns ratinhos eram obrigados a andar e subir degraus voluntariamente, incentivados por uma guloseima, enquanto o outro andou em uma esteira, sem incentivo. Enquanto os que buscavam o petisco efetivamente subiram os degraus e ultrapassaram obstáculos, o grupo treinado pela esteira não conseguia andar voluntariamente no chão estático. Aparentemente, segundo os resultados, é necessário envolver o centro de decisões do cérebro, com um treinamento ativo, para remodelar os circuitos neurais envolvidos no movimento.

Para humanos, uma realidade ainda distante. A pesquisa comprova que, em certas condições, é possível refazer as conexões mesmo após uma lesão grave na medula e abre a possibilidade de se criar algo semelhante para seres humanos. “Os resultados são encorajadores, mas é preciso ter muita cautela porque existem diferenças muito significativas na organização funcional da medula espinhal de roedores e de primatas”, comentou em entrevista ao iG o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que também trabalha com reabilitação de paraplégicos e tetraplégicos usando robótica, mas que não esteve envolvido no estudo.

Nicolelis ainda completou: “É bem sabido que a estimulação elétrica da medula espinhal de roedores e felinos pode produzir locomoção quando o animal é colocado numa esteira rolante. No caso de primatas, incluindo o homem, esse fenômeno é bem mais difícil de ser induzido. Assim, estudos em primatas precisam ser realizados com essa técnica para que se tenha mais segurança que existe uma possibilidade mais concreta do método funcionar em seres humanos. De qualquer forma, é um estudo muito elegante e bem feito.”

Os pesquisadores estão agora planejando fazer estudos clínicos em pessoas com lesão na medula espinhal. “Esses estudos irão mostrar o quanto conseguiremos recuperar os movimentos em humanos com esta técnica”, explicou Janine.

O estudo foi publicado nesta quinta-feira (31) no periódico científico Science.


terça-feira, 29 de maio de 2012

A vida em cadeira de rodas

Texto extraído do Focoblog.

Em sete páginas de reportagem, a edição deste domingo de Zero Hora conta as histórias de Marcos, Daiane e do casal Lino e Adriana. O que eles têm em comum? Movimentam- se com cadeiras de rodas e, em lugar de reclamar da vida, preferem vivê-la intensamente.
Belíssimo e sensível trabalho do repórter Carlos Etchichury e do fotojornalista Tadeu Vilanique o Focoblog compartilha com seus leitores - através de algumas imagens que não foram para o impresso. Confira também o vídeo da reportagem.

DAIANE, tombos e aventuras

Portadora de uma má-formação congênita do sistema nervoso, Daiane Bochi foi submetida a oito cirurgias antes de completar um ano de vida. UTIs neonatais eram mais familiares do que o quartinho decorado pela mãe, Neiva Terezinha Fagundes Bochi. Dai, como Daiane é conhecida, sobreviveu às intervenções. Com 32 anos, cursa o último semestre de Jornalismo e aprendeu a lidar com as limitações que a acompanharão até o final dos seus dias causadas por hidrocefalia e mielomeningocele. – Eu aceito a minha deficiência – diz. Dai só é avessa à excessiva dependência de terceiros, agravada pelo transporte coletivo deficiente, pelas calçadas hostis, pelos prédios desprovidos de rampas, pelos edifícios sem elevadores, pela indiferença dos governantes, por uma cidade que teima em fechar os olhos para os diferentes.







MARCOS, o dono da avenida

Vítima da violência urbana, Marcos de Souza Nunes, 35 anos, perdeu os movimentos das pernas ao tentar evitar um assalto. Tinha 17 anos. Reagiu com socos e pontapés, sem saber que um outro bandido, armado, o atacaria à traição. Ele lembra apenas que um estrondo precedeu o impacto de algo contra as suas costas. Era o disparo de um revólver calibre 38. – Queriam os meus tênis, levaram as minhas pernas – diz. No hospital, um dos médicos plantonistas o alertou que as chances de voltar a andar eram mínimas. Nunca mais caminhou. Reconquistou a liberdade num cruzamento da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, zona norte de Porto Alegre. A bordo de uma cadeira de rodas rota, provida com apenas um dos pneus, resgatou a autoestima vendendo guloseimas numa sinaleira. Faz isso há 15 anos.








ADRIANA E LINO, guiados pela paixão

O técnico em computação Lino Fabiano Freitas Paixão especializou- se na arte de trapacear a morte. Portador de uma distrofia muscular severa, com sorte, viveria até os 20 anos. O prognóstico era de uma morte por asfixia. Lino subverteu a lógica. Está com 34 anos. Aguarda um diagnóstico mais preciso para sua doença. Casou- se com Adriana Brand Baptista, 32 anos, também cadeirante. O casal é feliz. Reside no Jardim Algarve, em Alvorada, tem dois filhos, Nicolly, quatro anos, e Gabriel, um ano, sustenta- se com o próprio trabalho e engorda a renda com pensões pagas pela União. A família faz planos. – Vamos deixar a peça dos fundos para morar num apartamento próprio, no térreo, adaptado, com dois quartos, cozinha e sala de jantar. Será a nossa casa!













Postado por Bruno Alencastro, às 14:58

Banheiro Show

A Mostra Lar Center de Arquitetura Universal – Home & Office, que será realizada no Shopping Lar Center, de 19 de abril a 20 de junho, reunirá 21 ambientes que simulam espaços residenciais e corporativos com soluções inovadoras e melhor adequadas às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida temporária ou permanente. Os projetos foram desenvolvidos por renomados profissionais de arquitetura e design do Brasil preocupados com a maneira de morar e trabalhar de pessoas com ou sem deficiência.

O público também poderá conhecer sugestões para a acomodação de crianças, adolescentes, adultos e idosos com deficiência visual, auditiva e obesidade. “O objetivo desse evento é chamar a atenção da população para a necessidade de mudanças no cenário da construção civil de forma ampla e irrestrita, mostrando que é possível criar ambientes adaptados sem perder o charme”, diz a gerente de marketing do Shopping Lar Center, Ana Guiomar Cavalcante.

Serviço:
Evento: Mostra Lar Center de Arquitetura Universal – Home & Office
Data: de 19 de abril a 20 de junho de 2012
Endereço: Av. Otto Baumgart, 500, Vila Guilherme
Entrada: Grátis
Horário: De segunda a sábado, das 10 às 22 horas; domingos e feriados, das 14 às 20 horas.

Fontes: http://designinforma.blogspot.com.br/


 Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)

 Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)

 Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)

 Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)

 Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)

 Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)


Banheiro acessível – Arquiteta Carolina Danielian (Foto: Edu Castello)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cadeirante faz Partida Perfeita (300)

Shawn Beam, um cadeirante do Texas, fez uma partida perfeita (300), a primeira homologada pelo USBC (United States Bowling Congress) nessas condições.

O feito aconteceu na semana passada, dia 18, no Boliche Cityview Lanes em Fort Worth, Texas.



A perfeição é algo que buscamos em tudo que fazemos. No esporte Boliche, quer seja praticado em cadeira de rodas ou não, a perfeição chama-se 300, que é a pontuação máxima que se consegue numa partida de boliche, após 12 strikes (derrubar todos os 10 pinos no lançamento da primeira bola) consecutivos na mesma linha.
Na noite da última sexta-feira à noite, 18 de maio, nas pistas do Centro de Boliche Cityview em Ft. Worth (Texas, Estados Unidos), um dos mais recentes membros da AWBA (American Wheelchair Bowling Associaton/Associação Americana de Boliche em Cadeira de Rodas), Shawn Beam, fez o que muitos jogadores sonham em fazer, mas poucos conseguem: uma partida perfeita!



Ele conseguiu a façanha jogando com uma bola Storm, modelo Tropical Heat Solid. ”Considerando todos os grandes jogadores que conheci na AWBA, imaginava que alguém já havia feito 300 antes.“, comentou Beam. “Estou humildemente honrado em ser o primeiro cadeirante a conseguir fazer uma partida perfeita.” finalizou..