sábado, 26 de maio de 2012

Rio tem só 8,9% das calçadas com rampas

Estudo mostra que cidades brasileiras não estão adaptadas para cadeirantes. Média nacional é 4,7%. Niterói é a mais bem colocada no ranking do estado, com 34,6%

POR MARIA LUISA BARROS

Rio - As cidades brasileiras estão mais iluminadas, mas a anos-luz de garantir a cadeirantes o direito de ir e vir em segurança. No Rio de Janeiro, cidade que será sede da Rio+20, maior encontro ambiental do planeta mês que vem, somente 8,9% das calçadas possuem rampas de acesso para pessoas com deficiência, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos dados do Censo de 2010.

O estudo avaliou dez itens no entorno dos domicílios urbanos, como arborização, coleta de lixo, saneamento, pavimentação de vias e iluminação, entre outros. A preocupação com a acessibilidade é baixa em todo o País. A média nacional é 4,7%. Entre os 92 municípios fluminenses, Niterói ficou em primeiro lugar, com 34,6% de rampas.

Arte: O Dia



“O Rio está muito atrasado. A cidade terá Olimpíada e a Copa do Mundo e não está preparada para receber visitantes que são deficientes”, critica o cadeirante Guilherme Ramalho, presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Niterói (Andef). Segundo o levantamento, nenhuma cidade brasileira tem todas as ruas com a benfeitoria para deficientes.

A iluminação em todas as ruas está presente em apenas 1,96% dos municípios brasileiros (109 dos 5.545). Nilópolis, na Baixada Fluminense, é a cidade com a melhor cobertura de calçada, meio-fio e bueiro do estado. Entre os municípios com mais de um milhão de habitantes, o Rio é o campeão de bueiros (84,6%), enquanto São Luís, capital do Maranhão ficou em último lugar (17,1%). O Rio de Janeiro, no entanto, ficou na nona posição entre as capitais mais arborizadas. Angra dos Reis tem só 26,9% das vias cobertas por vegetação.

Jovens e crianças mais expostos a infraestrutura precária

Crianças e jovens brasileiros até 14 anos vivem em áreas urbanas com os piores índices de infraestrutura em torno dos domicílios. Mais expostos a riscos de doença, jovens estão em contato com esgoto a céu aberto em 15% das ruas e do lixo acumulado em 9,1% das vias. Bueiros para água de chuvas foram identificados em 35% das casas onde vivem.

“Esses indicadores são mais urgentes pois têm impacto direto sobre a vulnerabilidade e a saúde da população”, alerta a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar. Para ela, os dados podem auxiliar na elaboração de políticas públicas. A pesquisa mostrou que idosos acima dos 60 anos vivem em condições melhores de infraestrutura. O esgoto a céu aberto foi encontrado em 6,4% das casas, lixo sem coleta em 3,8% do entorno e há bueiros em 44,1% das vias.

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