Preparar, apontar, fogo! |
- Nossa, será que alguém atirou em um cadeirante?
- Meu Deus, será que é um cadeirante bandido?
- Claro que não, prezado leitor. Imagina se o cara ia se aventurar a ser bandido em uma cadeira de rodas, como é que ele ia atirar e sair correndo?
A verdade é que o título se refere a mais um esporte sobre cadeira de rodas, o tiro esportivo adaptado. E o "esquecimento" da palavra esportivo no título foi para chamar a atenção e jogar um pouco de humor sobre esse assunto sério e importante: esporte adaptado. E a história de hoje vem de longe, lá de Boa Vista, capital de Roraima, no relato do meu amigo Luiz Otávio Seabra, um cara super ativo e animado. Tão animado que resolveu praticar tiro esportivo em cadeira de rodas. E já está participando de competições.
Mexe com ela pra você ver, mexe? |
O torneio idealizado e organizado pelo Clube de Tiro Tiradentes - CTT foi intitulado de I TORNEIO DE CARABINA DE AR COMPRIMIDO DE RORAIMA, e na programação inicial (eram esperados 100 competidores) estava prevista também a modalidade tiro com carabina de calibre .22, porém, devido à presença em massa dos competidores (por volta de 200 competidores), o presidente tomou a decisão de realizar somente a competição de Carabina de Ar Comprimido.
Luiz Otávio curtindo a liderança na competição |
O objetivo do pessoal é transformar e desmistificar a mentalidade das pessoas em relação a nós - Pessoas com Deficiência (é essa a intenção com o Esporte Adaptado). Nós podemos fazer tudo, basta querermos, persistirmos e nos dedicar aos nossos objetivos. Lembrando que o esporte é muito benéfico para esse nicho, em especial, pois através dele, é trabalhada também a autoestima das pessoas.
Essa turma aí atira pra todo lado! |
Apesar de pouco divulgado no Brasil, o tiro esportivo estreou nos Jogos Paraolímpicos de Toronto, em 1976. As disputas acontecem entre homens, mulheres e nos confrontos entre ambos (mistos). No Brasil, a modalidade que é administrada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), começou a ser praticada em 1997, no Centro de Reabilitação de Polícia Militar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o País foi representado pela primeira vez em um torneio internacional, realizado na cidade espanhola de Santander. Em 2002, o CPB investiu em clínicas da modalidade para sua difusão no Brasil. Os atiradores Carlos Strub, Cillas Viana e Walter Calixto conquistaram a medalha de bronze por equipe no Aberto de Apeldoorn, na Holanda, em 2003. Nos Jogos Paraolímpicos de Pequim (2008), houve a primeira participação de um atleta brasileiro na história dos Jogos com Carlos Garletti. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) é responsável por administrar a modalidade. As regras das competições têm apenas algumas adaptações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino.
Olha o estilo do atirador cadeirante! |
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos, tanto no individual como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no tiro, os atletas são divididos em três classes: SH1, SH2 e SH3. Mas as competições paraolímpicas incluem apenas as classes SH1 e SH2. A diferença básica entre SH1 e SH2 é que atletas da SH2 podem usar suporte especial para a arma, que obedecem às especificações do IPC. Os atletas da SH3 possuem debilitação visual.
A classificação do Tiro é dividida em três classes principais:
SH1: atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma;
SH2: atiradores de rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços e precisam de um suporte para a arma;
SH3: atiradores de Rifle com deficiência visual.
Texto extraido na integra de http://blogdocadeirante.blogspot.com.br/
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